INJUSTIÇADO. E PONTO.

UM REBELDE COM CAUSA No finalzinho da tarde de domingo do dia 02 de maio de 2010, o Brasil assistia, pela televisão, a afirmação de um craque. Um jogador de porte esguio toma uma atitude até então nunca vista pelos meus olhos, e se recusa a deixar o campo, quando o treinador manda o reserva ocupar o seu lugar. Com gestos nas mãos, o rosto demonstrando atitude e raiva e com alta voz ele diz: "Não vou sair! O meu lugar é aqui!" E ficou. Ele, o camisa 17 no jogo (deveria ter continuado jogando com ela) já havia feito um "lançamento" de calcanhar para o Neymar fazer o segundo gol do Santos, não deixa o campo, segura a bola como pode, comanda os seus sete companheiros ( três já haviam sido expulsos), e quase no apagar das luzes me presenteia com uma batida de escanteio inusitada. O Santo André precisava apenas de mais um gol. Ele precisava ganhar tempo. Então, o garoto com apenas 20 anos à época, num lance de rara genialidade começa a "discutir" com um companheiro que não entendia nada da raiva do colega, e toca na bola na marca do escanteio e afasta-se, gesticulando muito, em direção ao meio do campo. O time do Santo André, a torcida, e até aqueles que estavam transmitindo a partida pelo rádio e TV demoraram a acordar e notar que ele havia batido o escanteio somente rolando a bola para ganhar tempo. E ganhou. Ganhou o tempo necessário, mostrou sua genialidade para o mundo e foi campeão. Mas pagou o preço. Pagou e está pagando o preço da atitude de ter sido homem e não ter deixado o campo quando a autoridade maior, o técnico, queria substitui-lo, pois ali estava criado o estigma de que seria ele apenas mais um rebelde. Está pagando ao ponto de Dunga não o ter convocado, e Felipão, agora, ter seguido o mesmo caminho. Verdade que ele sentiu o fato de não ter sido convocado pelo Dunga quando era o melhor jogador em atividade no país, com vinte anos. E caiu de produção, alternando boas e más partidas, além de ter contusões seguidas. Mas a minha opinião é de que craque é craque e Felipão poderia tê-lo convocado, assim como fez com Julio César, pois na copa são apenas sete partidas, e ele poderia decidir algumas, e o Brasil não tem outro jogador jogando o que ele sabe. Ele, e somente ele, um rebelde com causa. PAULO HENRIQUE GANSO, é o seu nome. E ponto.